quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CANDOMBLES JÊJÊ - 3ª PARTE

3ª PARTE

3º. Depoimento de Constância de Avimaje, Salvador , Bahia, Painel Cultural, fevereiro de 1996:


“ Atualmente os praticantes da ritualística jeje são oroiundos de dois núcleos, ambos com sede no estado da Bahia; o Seja Undê, em cachoeira e o Bogun em Salvador.

Foi a africana Ludovica Pessoa quem fundou o “ Zô Godô Male Rundô “ em Salvador dando origem então ao denominado Candomblé Jeje.
Após a solidificação do Bogun, Ludovica fundou em Cachoeira o Seja Undê, empossando ali´Maria Luiza Gonzaga de Souza conhecida como “Sinhá Maria Ogorinsi Misimi”.

Durante anos as duas casas funcionaram em uníssono, com o Bogun servindode matriz. Depois da morte de Maria Ogorensi, o Seja Undê permaneceu fechado por muito tempo, embora o carrgo maior da casa já tivesse sido outorgado pela própria a Dionízia da Conceição, ou Maria Bale que somente muito tempo depois viria assumir suas funções.

Na época Maria Bale que fazia parte do jeje Modubi na roça de Zé do Brechió, quando assumiu o Seja Undê plantou a casa de Kututó(Egun) introduzindo assim na casa Mahi fundamentos de outra ramificação jeje.

Como no Jeje Mahi não é permitido casa de Kututó, a roça começou a decair. Maria Bale recolheu durante todo o tempo em que ali esteve três “barcos”, sendo que uma das componentes do primeiro barco Adalgisa, conhecida como Sinhá Pararasi, seria a escolhida para substituí-la por ocasião de seu falecimento.

Já no comando da casa Parrasi recolheu alguns barcos... a maioria dos iniciados daquela época já faleceu, o que dificulta qualquer tentativa de aprofundamento nas pesquisas por nós elaboradas.

Ainda na gestão de Pararasi, a roça conhece uma nova fase de abandono e decadência e para que não acabasse e fosse transformada em “pasto de gado” Besen ordenou que Gayaku Aguési assumisse o comando da mesma.

Com orientação de proceder a todas as obrigações anuais que já há algum tempo vinham sendo negligenciadas contando com o auxilio de Augusta Lokôsi e da própria Pararasi.

Segundo as tradições do jeje, não se recolhe barco com número par de iniciados, e Gayaku Aguési, desprezando este fundamento, recolheu um barco de dois – Oxum e Azanzun, a partir de então a casa novamente decaiu vertiginosamente.


Em 1962, Zezinho da Boa Vigem, filho de Tata Fumutinho, neto de Maria Agorinsi, visitando sua raiz de origem que na época estava entregue aos cuidados do Ogan caboclo de cachoeira, que viria a falecer pouco depois , sendo substituído por Ogan Babosa, constatou a situação da casa.

Uma forte amizade se estabeleceu entre os dois tendo Zezinho prestado substancial ajuda à casa, recebendo em troca fundamentos até então guardados a 7 chaves e inacessíveis ao cariocas.

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