Gaiaku Luiza
Pai Miguel Grosso - Deuandá
4ª PARTE FINAL
4º.Depoimento de José Gomes de Lima – Zezinho da Boa Viagem, Congresso Afro-indígena, 1994:
Quem trouxe os mahin para Cachoeira de São Félix foram os “tios”. Eles se dividiram em cachoeira porque junto com eles, em outra levada, vieram Tixarene, Zé do Brexó e outras pessoas mais que fundaram suas roças.
Vovô Ventura e Gayaku Ludovica fundaram a roça do Kwe Seja Undê que é a roça de baixo; Tixarebe fundou a roça de cima, quer dizer, duas nações jeje a vinte metros uma da outra...quando morre uma mãe-de-santo, nosso pai que descende de Komadavit, então é ele quem aponta a pessoa que vai ficar no trono.
A minha primeira zeladora foi Iyá Fortunata, Baiana de Pina. Filha de Oxum e Oyá. Posteriormente fui iniciado pelas mãos de Tata Fumutinho em São João de Meriti, Rio de Janeiro”
Tata Fumutinho foi o primeiro homem feito no Seja Undê em 25/12/1912. Veio para o Rio em 1930 abrindo sua casa mais tarde em 1936.
Luiza Franquelina da Rocha, nasceu em 1909 e é mais conhecida como Gayaku Luiza do Humpame Huntoloji, no alto da levada em cachoeira. È filha carnal do pejigan do Seja Undê.
Inicialmente foi feita no ritual ketu, sendo mais tarde “refeita” no ritual jeje por Gayaku Posusi Rumaninha ( Maria Romana Moreira) no candomblé do Bogun em 1945, na qualidade de rumbono.
Gayaku Rumaninha não tinha terreiro fixo, por ser muito conceituada tinha acesso a todos, tendo sido “ Dere “, mãe-pequena do Bate Folha, advindo daí, talvez, a influência de ritos jeje no ritual de Angola. Faleceu em 1956 com 115 anos de idade.
Os avós maternos de Dila de Obaluaye tinham cargo no candomblé de Rozena de Besen: Afonsekoloanoo de Sango, foi o primeiro pejigan e Adpan Noeji foi feita de Osumare.
Quando Aninha morreu, Dila tirou a mão com Mejitó, que lhe abriu a casa.
Mejitó, Adelaide do Espírito Santo, também conhecida como Donontinha, foi iniciada com 7 anos de idade em 1891, pois era costume fazer iniciação quando criança.
Era de Vodunjo e o nome dado foi Zinvode.Mudou o candomblé do bairro de Cavalcante para a Rua Cecília em Coelho da Rocha, próximo à atual sede do Àsé Òpó Àfònjá. Com quem mantinha boas relações com a dirigente da época, Agripina de Souza. Tirou dois barcos com seis pessoas, vindo a falecer em 1956.
Para finalizar também temos uma outra casa de Jeje na Bahia de nome àsé Póeji, na cacunda de Yaya, com ritual SAVALU e fundada por Gayaku Satu de Cachoeira.
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Texto: Notas dos Candomblés Jejes – do livro “ Àwon omi Òsàlá
As águas de Oxalá “ Autor JOSE BENISTE -
Editora Bertrand Brasil – ISBN-85-286-0965-0
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