sexta-feira, 30 de maio de 2014

“OS 256 ÒDÚ” FERNANDES PORTUGAL

1ª EDIÇÃO  RJ - BRASIL 1987 / 1988



01
“OKÀNRÁN ou OKÒNRÁN ou OKÀRÁN”

1 BÚZIO ABERTO RESPONDE: ÈSÚ

“ARQUÉTIPO”
Sustos, grandes perigos, prisão, roubo, ruína, perda de tudo,
negócios, ambição, fofoca, situações adversas.
Esta é a parte negativa deste ODÚ, entre outras. Tem também a
parte positiva, que traz em seu bojo muita coisa boa, dependendo de
como se prepara os ebós para ressaltá-las.

IMPORTANTE:
Quando esse ODÚ aparece, despacha-se rapidamente a porta.
Manda-se comprar: 1 frango, morim branco, preto e vermelho; fazse
uma farofa de dendê, acaçá e velas.
Passa-se tudo no corpo do cliente, abre-se o frango pelas costas,
coloca-se tudo dentro dele embrulha-se nos panos e manda-se tudo para o
lugar indicado no jogo. Após isto, dá-se um banho de abô, e defuma-se a
pessoa.
Manda-se o cliente voltar três dias após, para fazer um jogo e
continuar suas obrigações.


CONTINUA....

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Culto aos egunguns

O criador de culto dos ancestrais

Segundo a tradição do culto de Egungun, que é originário da África, região de Oyò. O culto de Egungun, é exclusivo de homens, sendo Alápini o cargo mais elevado dentro do culto tendo como auxiliares os Ojés.
Todo integrante do culto de Egungun é chamado de Mariwó.
Xangô (Sòngó), é o fundador do culto a Egungun, somente ele tem o poder de controla-los, como diz um trecho de um Itan:
"Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Yàmi fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Yàmi ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraido atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Yàmi atacaram, derrubaram a Adubaiyni filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilà, que lhe disse que Yàmi é que havia matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilà lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Ikù(Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilà.
Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Egungun, e se tornando estremamente proibida a participação de mulheres neste culto, provocando a ira de Olorun, Xangô, Ikú e os próprios Egungun, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais as Yami".
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BRASIL
Culto aos Egungun é uma das mais importantes instituições, tem por finalidade preservar e assegurar a continuidade do processo civilizatório africano no Brasil, é o culto aos ancestrais masculinos, originário de Oyo, capital do império Nagô, que foi implantado no Brasil no início do século XIX.
O culto principal aos Egungun é praticado na Ilha de Itaparica no Estado da Bahia mas existem casas em outros Estados.
Quanto ao aspecto físico, um terreiro de Egungun ou Egun apresenta basicamente as seguintes unidade:
  • um espaço público, que pode ser freqüentado por qualquer pessoa, e que se localiza numa parte do barracão de festas;
  • uma outra parte desse salão, onde só podem ficar e transitar os iniciadores, e para onde os Egun vêm quando são chamados, para se mostrar publicamente;
  • uma área aberta, situada entre o barracão e o Ilê Igbalé (ou Ilê Awô - a casa do segredo), onde também se encontra um montículo de terra preparado e consagrado, que é o assentamento de Onilé;
  • um espaço privado ao qual só têm acesso os iniciados da mais alta hierarquia, onde fica o Ilê Awô, com os assentamentos coletivo, e onde se guardam todos os instrumentos e paramentos rituais, como os Isan pronuncia-se (ixan), longas varas com as quais os Ojé invocam (batendo no chão) e controlam os Egungun.






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HISTÓRIA
O Culto à Egun ou Egungun veio da África junto com os Orixás trazidos pelos escravos. Era um culto muito fechado, secreto mesmo, mais que o dos Orixás por cultuarem os mortos.
A primeira referência do Culto de Egun no Brasil segundo Juana Elbein dos Santos foram duas linhas escritas por Nina Rodrigues, refere-se a 1896, mas existem evidências de terreiros de Egun fundados por africanos no começo do século XIX.
Os Terreiros de Egun mais famosos foram:
  • Terreiro de Vera Cruz, fundado +/- 1820 por um africano chamado Tio Serafim, em Vera Cruz, Ilha de Itaparica. Ele trouxe da África o Egun de seu pai, invocado até hoje como Egun Okulelê, faleceu com mais de cem anos.
  • Terreiro de Mocambo, fundado +/- 1830 por um africano chamado Marcos-o-Velho para distingui-lo do seu filho, na plantação de Mocambo, Ilha de Itaparica. Teria comprado sua carta de alforria, anos mais tarde teria voltado à África junto com seu filho Marcos Teodoro Pimentel conhecido como Tio Marcos, lá permanecendo por muitos anos aperfeiçoando seus conhecimentos litúrgicos, onde também seu filho foi iniciado. Quando voltaram trouxeram com eles o assento do Baba Olukotun, considerado o Olori Egun, o ancestre primordial da nação nagô.
  • Terreiro de Encarnação, fundado +/- 1840 por um filho do Tio Serafim, chamado João-Dois-Metros por causa de sua altura, no povoado de Encarnação. Foi nesse terreiro que se invocou pela primeira vez no Brasil o Egun Baba Agboula, um dos patriarcas do povo Nagô.
  • Terreiro de Tuntun, fundado +/- 1850 pelo filho de Marcos-o-Velho, chamado Tio Marcos, num velho povoado de africanos denominado Tuntun, Ilha de Itaparica. Marcos possuiu o título de AlapiniIpekun Ojé, Sacerdote Supremo do Culto aos Egungun, na tradição histórica Nagô, o Alapini representa os terreiros de Egun ao afin, palácio real.
Tio Marcos, Alapini, faleceu por volta de 1935, e com sua morte desapareceu o terreiro do Tuntun, porém a tradição do culto a Baba Olokotun continuou através de seu sobrinho Arsênio Ferreira dos Santos, que possuia o título de Alagba, este migrou para o Rio de Janeiro levando o assento de Baba Olokotun para o município de São Gonçalo. Depois do falecimento de Arsênio, os assentos dos Baba retornaram para Bahia, através do atual AlapiniDeoscoredes M. dos Santos, conhecido como Mestre Didi Axipá, presidente da Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Axipá. Mestre Didi foi iniciado na tradição do culto aos Egungun por Marcos e Arsênio.
  • Terreiro do Corta-Braço, na Estrada das Boiadas, ponto de reunião de praticantes da capoeira, atualmente bairro da Liberdade, cujo chefe era um africano conhecido como Tio Opê. Um dos Ojé, sacerdotes do culto aos Egungun, conhecido como João Boa Fama, iniciou alguns jovens na Ilha de Itaparica, que se juntariam com os descendentes de Tio Serafim e Tio Marcos para fundarem o Ilê Agboulá, no bairro Vermelho, próximo à Ponta de Areia.
Outros terreiros de Egungun foram registrados no final do século XIX, um localizado em Quitandinha do Capim, que cultuava os Egun Olu-Apelê e Olojá Orum, o de Tio Agostinho, em Matatuque se tornou ponto de concentração de vários Ojés de outras casas inclusive o Alapini Tio Marcos, o Terreiro da Preguiça, ao lado da Igreja da Conceição da Praia.
  • Ilê Agboulá, Localizado em Ponta de Areia, na Ilha de Itaparica, o Ilê Agboulá é, hoje, no Brasil, um dos poucos lugares dedicados exclusivamente ao culto dos Egun. Sua fundação remonta ao primeiro quarto do século XX por Eduardo Daniel de PaulaTio OpêTio Serafim e Tio Marcos, mas a comunidade que lhe deu origem e que lhe mantém os fundamentos está estabelecida na Ilha, como já vimos há cerca de duzentos anos.
  • Ilê Olokotun, na Ilha de Itaparica
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HIERARQUIA
Nas casas de Egungun a hierarquia é patriarcal, só homens podem ser iniciados no cargo de Ojé ou Babá Ojé como são chamados, essa hierarquia é muito rígida, apesar de existirem cargos femininos para outras funções, uma mulher jamais será iniciada para esse cargo.
Masculinos: Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos alagbás), Alagbá (Chefe de um terreiro), Atokun (guia de Egum), Ojê agbá (ojê ancião), Ojê (iniciado com ritos completos), Amuixan (iniciado com ritos incompletos), Alagbê (tocador de atabaque). Alguns oiê dos ojê agbá: Baxorun, Ojê ladê, Exorun, Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo, Olopondá.
Femininos: Iyalode (responde pelo grupo feminino perante os homens), Iyá egbé (cabeça de todas as mulheres), Iyá monde (comanda as ató e fala com os Babá), Iyá erelu (cabeça das cantadoras), erelu (cantadora), Iyá agan (recruta e ensina as ató), ató (adoradora de Egun). Outros oiê: Iyale alabá, Iyá kekere, Iyá monyoyó, Iyá elemaxó, Iyá moro.
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RITUAL
Tanto a tradição Nagô como a Jeje e a Congo-Angola cultuam os ancestrais. Para os Nagôs existem no Brasil três formas de cultuar os ancestrais, os Esa, os Egungun e as Iya-mi Agba.
Os terreiros de Candomblé possuem um local apropriado de adoração do espírito de seus mortos ilustres, esse local é denominado de Ilê ibo aku, casa de adoração aos mortos, enfim todos iniciados no culto aos Orixás.
Os Esa são considerados os ancestrais coletivos dos afro-brasileiros. Seu culto se refere à comunidade em geral. O que destaca o Esa é o fato dele ter-se destacado em vida por servir a comunidade e de continuar atuando em outro plano, contribuindo para o bom desenvolvimento do destino dos fiéis e da casa. O Ilê ibo aku onde são assentados e cultuados os Esa é afastado do templo onde são cultuados os Orixás.
Os sacerdotes que são iniciados especialmente para cuidar do Ilê ibo aku não são adoxu, isso é, não manifestam Orixá. Os ancestrais cultuados no Ilê ibo aku são diferentes dos cultuados no Culto aos Egungun, no primeiro são os espíritos dos falecidos da casa de Candomblé e o segundo são os ara-orun em geral e aos espíritos dos Ojé africanos ou brasileiros.
Os Esa são invocados e cultuados em diversas situações, especialmente no padê, e no axexê quando é constituído o assentamento de um adoxu ou dignitário ilustre falecido. O assento de Esa se caracteriza pela representação da existência genérica, e o Egungun pela representação do espírito individualizado, o Egungun se caracteriza pela aparição no aiyê. Os Esa e os Egun são invocados no padê.
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CALENDÁRIO LITÚRGICO
Calendário Litúrgico do Ilê Agboulá (obtido do Projeto Egungun)
As festas e obrigações obedecem, no Ilê Agboulá, a um bem elaborado calendário litúrgico. E durante essas festas podem ocorrer rituais não periódicos e não obrigatoriamente integrados no calendário, como iniciação de novos Amuixan ou de novos Ojé, ou mesmo obrigações e oferendas de outros titulados da comunidade. Mas o calendário, mesmo, obedece ao seguinte:
Janeiro - Em janeiro, por ocasião do Ano Novo, as obrigações transcorrem até o dia nove. Esses rituais começam com uma obrigação para Onilê seguida de outra para Babá Olukotun. Junto com esta são celebradas as cerimônias anuais em homenagem a Babá Alapalá e Babá Ologbojô.
Fevereiro - em fevereiro, começando no dia 2 e se estendendo por duas semanas, ocorre uma festa muito especial, principalmente porque a comunidade de Itaparica vive do mar e para o mar. É a festa de Yemanjá e Oxum, deusas das águas, e de Oxalá, o deus da criação.
Junho - em junho, na época do São João, realiza-se as festas de Babá Erin, que é o Egun do Sr. Eduardo Daniel de Paula, fundador da Casa. As festas se realizam por ocasião do ciclo de Xangô, que era o orixá do Sr. Eduardo. E atingem grande brilhantismo porque entre a comunidade do Ilê Agboulá, que é descendente do povo de Oyó, a veneração a Xangô é muito forte.
Setembro - De 7 a 17 de setembro ocorrem as festas de Babá Agboulá. Por essa época é que é feita a colheita dos primeiros frutos na Ilha de Itaparica, sob a proteção de Babá. E isto é muito importante pelo fato de até bem pouco tempo a Ilha de Itaparica ter sido o grande fornecedor de frutas para a cidade de Salvador.
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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



A fogueira de Xangô ... o orixá do fogo


A CASA EM FESTA - OS SÚDITOS  - 1ª PARTE

O sol se põe, e começa a escurecer na casa de Obaladô . A casa de Xangô , especialmente iluminada nestedia, aguardava o início da festa. As árvores do terreiro foram plantadas por Obaladô a mais de 21 anos,quando recebera de Xangô , seu orixá, a ordem de abrir uma casa – de – santo.Lenta e calmamente, interrompe suas divagações, dirigindo-se para frente da casa – de – Airá sentando-se em um pequeno banco. A poucos metros erguia-se majestosamente a fogueira, armada be cedo e jácontendo os axés próprios do orixá do fogo.A um aceno seu , uma filha de Oiá traz o seu Adjarim Obaladô , com delicadeza, apanha a sineta que, aoser vibrada, anuncia o início de uma reza.As esteiras são estendidas e sobre elas os iniciados se ajoelham, busto curvado, pousando a cabeça nochão, em direção a Obaladô. Sua voz faz-se ouvir, então, salmodiando cada verso como um lamento, umcanto em solo é ouvido e que se repetirá por três vezes. È um lento responsório, em que o oficiante cantaprimeiro, acompanhado em um segundo momento , pelos presentes.

Oba kawòó o
Ó Rei, meus cumprimentos.
Oba kawòó o
Ó Rei, meus cumprimentos.
O, o, Kabíyèsílè
Sua majestade, o Rei mandou construir uma casa.
Oba ni kóléOba séré
O Rei do xere, o Rei prometeu e traz boa sorte,
Oba njéje
o dono do pilão.
Se´re aládóBongbose O ( wo ) bitiko
Bamboxé abidikô, meus cumprimentos ( ao )
Osé Kawòó
Oxé, sua majestade.
O, o, Kábíyèsilé
Meus cumprimentos.

O som do Adjarim marca o início do paó, palmas compassadas que a anunciam uma nova reza para oorixá do fogo....... o cântico continua:

Ó níìka, ó Níìka
Ele é cruel, ele é cruel(o trovão ).
 Áwè jè atètú
Eu jejuo para o punidor.
Badé, badé ìyá Tèmi 
Badé, badé, meu espírito sofre

Ó níìka, ó níìka árá ìn álàde o
Ele é cruel, o trovão é cruel sim. O dono da coroa é cruel.
Ó níìka àwe jé atètu
Ele é cruel, ele é cruel(o trovão )Eu jejuo para o punidor.
 Aira ma sá re awo, ariwo, ale odó  Ma sè
Airá(o trovão), verdadeiramente voa e cai ruidosamente.
Forte como um pilão, como um tambor ( barulho ).
 Aira ma sá re awo, ariwo, ale odó  Ma sè
Airá(o trovão), verdadeiramente voa e cai ruidosamente.
Forte como um pilão, como um tambor ( barulho ).
Yèyé, kèrè-kèrè lo ni joko ayagba
O pássaro vagarosamente senta e chora para as grandes mães.
 Ale odó ma sè
Forte como um pilão, como um tambor ( barulho ).

A reza diz que o trovão é cruel, implorando a Badé... "ele é a voz estrepitosa e aterrorizante do Trovão, é aforça que deflagra a carga irregular dos raios". Os nagôs dizem ser Badé é um vodum , isto é, de origem  jêje , e que os jêjes do maranhão, dizem que é um orixá nagô e que, quando ele se apresenta na Casa –das –Minas , fala por sinais para não revelar os segredos dos nagôs.Os pássaros lembram as feiticeiras que ameaçam os seres humanos, é necessário implorar as grandesmães senhora dos pássaros, para que não flagelem os homens.
Airá também é mencionado no texto sagrado, recolhido entre os que se originam do axé de IÁ Nasô . Este orixá ocupa um lugar especial nesta comunidade, estando ligado a primeira no nominação... Axé AiráIntilé. Novamente o Adjarim  anuncia que o Rei Xangô continuará sendo louvado, e uma nova reza começa:

Oba ìrú l´òkò
O Rei lançou uma pedra.
Oba ìrú l´òkò
O Rei lançou uma pedra.
Ìyámasse kò wà
Iyámasse cavou ao pé de uma grande
Ìrà oje
árvore e encontrou.
 Aganju ko má nje lekan
Aganju vai brilhar, então , mais uma vez como trovão.
 Árá l´okò láàyá
Lançou uma pedra com força (coragem)
Tóbi òrìsà,
O Grande Orixá do orum (terra dos ancestrais) vigia.
Oba só òrun
O Rei dos trovões, está no pé
 Árá oba oje
de uma grande árvore ( pedra de raio )

A oração saúda o Rei dos trovões, como sendo Aganju, o Alafin de Oió, filho deAjaká e sobrinho deXangô Iamassê considerada sua mãe é quem revela aos mortais, que a pedra de raio, símbolo do seupoder, é encontrada ao pé de uma grande árvore. O brilho dos raios e o barulho dos trovões lembram que Aganju vigia do orum , terra dos ancestrais, seus súditos fiéis.O Adjarim  marca um novo momento,
Obaladô levanta-se e se dirige a casa de Xangô pousando no chãoda mesma uma gamela cheia de Amalá , a comida predileta deste orixá.

Béè ni je a! pá bo
Sim, comer(amalá)dentro(de uma gamela) com satisfação, de uma só vez,adorando.
Je bí o o ni a! pá bo
Comer, nascer dele, dentro(de uma gamela)com satisfação, de uma só vez,adorando.
E ni pá léèrín àdá bá lài 
Cortado muitas vezes(o quiabo),sempre com cutelo, dentro da gamela
Ìmó wá mònà mòwé
Procurar conhecimento,
Kó je nà mímò àsé
certamente torna inteligente.
Kó je nà mímò àsé
A comida (amalá) faz adquirir 
Kó je nà mímò àsé
e aumenta o conhecimento do Axé.

A reza indica que, ao se desfrutar da comida sagrada, descobre-se o axé, isto é, a força, que dáconhecimento e sabedoria aos que delas usufruem.Nos últimos acordes da reza, os ogans de Xangô pousam os xeres e acendem a fogueira. Varias vozes gritam.

Kawòó Kàbíyèsilè !!! Kawòó Kàbíyèsilè !!! 
Meus cumprimentos à sua majestade !!!

Alguns minutos decorrem entre as imagens fortes do fogo e o início do xiré do Rei de Oió , no barracão. Oritmo da Hamunha  convida a todos, os da casa e os convidados a iniciarem a roda de  Xangô .Começa o xirê, louvando Ogum , em seguida, Oxossi, Obaluaiê, Ossaim , até que, repentinamente, ouve-se o som do batá  ritmo próprio de Xangô.

Àwa dúpé ó oba dodé
Nós agradecemos a presença do Rei que chegou.
A dúpé ó oba dodé
Nós agradecemos a presença do Rei que chegou.
A dupé ni mòn oba e kú alé A dupé ni mòn oba e kú alé
Nós agradecemos por conhecer o Rei, boa noite a vossa majestade.
Ó wá , wá nilè
Ele veio, está na terra.
A dupé ni mòn oba e kú ale
Nós agradecemos por conhecer o Rei

Os primeiros cânticos dirigem-se ao Rei, a Xangô . Sua presença é louvada e a sua saga mítica serácontava através do canto e da dança. Não será somente o seu aspecto guerreiro que será homenageado,outros serão lembrados.... O Xangô justiceiro será um deles.

CONTINUA