quarta-feira, 13 de outubro de 2010
CANDOMBLES JÊJÊ - 1ª PARTE
1ª PARTE
1º. Depoimento do Gumbono Jorge de Yemanjá, Malungo, julho de 1995.
“ A vinda do Axé de Baconodavice, no início do século 19, chega a Cachoeira de São Felix. Agotime, uma das esposas de Agongolo, rei do Dahomé. Com a morte de Agongolo o trono foi usurpado por um de seus filhos, Adandosan, em detrimento de Ghezo, herdeiro legítimo.
Adandosan não só prendeu seu irmão como vendeu sua mãe como escrava para o Brasil. Ghezo, porém contando com a ajuda do traficante brasileiro Feliz de Souza, o Xaxá de Ajudá, recuperou o trono. Já no poder Ghezo enviou seis embaixadores ao Brasil à procura de sua mãe; contudo se não obteve sucesso é porque a esta altura, esta já se encontrava no Maranhão depois de ter fundado o “Kwe Seja Undê“, hoje conhecido por Terreiro do Ventura e cujo primeiro “barco” saiu em 1813.
Após a partida de Agotime para São Luiz o Kwe Seja Undê somente veio a realizar feitura de iaô em 25 de dezembro de 1912, “barco” tirado por Gayaku Angorense de Obaluaie e composto por oito Vodunsis e dois Ogans, do qual fazia parte Antonio Pinto de Oliveira, Fomotinho de Oxum Dei.
Este chegando ao Rio de janeiro em 1930, após ter tirado seu primeiro iaô ( Sebastião da Prata – Ajale Ofan Dejá - conhecido por Baba Beija-Flor ) na rua rua do Bispo, na casa Kwe Seja Nasso, na estrada do Portela, 606 – Osvaldo Cruz, a 16 de janeiro de 1936.
Já no seu terreiro, do primeiro “barco” fizeram parte Marcionilio de Yansan e Olegário de Oxossi e foi confirmado o Ogan Rungebê, Agostinho. Em seguida em 1937 Almerinda de Oxossi, em 1940, Djalma de Lalu, em 1949 Antonio cabeludo, em 1950 Jorge de Oxossi, Esmeralda de Xangô e Leandro de Ogun.
Quanto à origem da denominação de “Tata fumutinho” deve-se a seu íntimo contato com Manoel Bernardino de Yansan do Bate Folha; Manoel Ciriaco de Xangô, do Tumba Junsara e Manoel de Oxossi, Manasandaió, todos de nação Angola. Tata Fumitinho faleceu em 26/06/1966 e o Zerin foi oficiado por Ebomi Dila na casa de Djalma de lalu “
2) Ref. À nota acima. O autor faz algumas considerações: Na Agotime nasceu em 1770:Rei Ghezo (1818-1858) e este quando atingiu a maioridade depôs seu irmão Adandozan e para riscá-lo da memória do país, enviou ao Brasil ao tempo de Don João VI o trono de Adandozan e outros objetos seus os quais se encontram no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
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