quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ITAN TI ODU ATI ORISA - ITAN TI ODÙ OKANRAN


1) Shangô queria ser muito poderoso e respeitado e para isto consultou Ifá. Na consulta surgiu Okanran Meji, que determinou um sacrifício, que iriam garantir ao orixás tudo que desejava.Feito o ebó, Todas as vezes que Shangô abria a boca para falar, sua voz saia possante como um trovão e inúmeras labaredas acompanhavam suas palavras.

Diante do poder de seu marido Oya resolveu consultar o Oráculo com a finalidade de se tornar tão poderoso quanto ele. Na consulta surgiu Okanran Meji, que lhe determinou o mesmo ebó.
Quando Shangô descobriu que sua mulher havia adquirido um poder igual ao seu, ficou furioso e começou a maldizer Ifá por haver proporcionado tamanho poder a uma simples mulher.

Humilhada, Oyá recorreu a Olorun para que desse um paradeiro ao impasse. Olorun determinou então que a partir daquele dia, a vós de Shangô soaria como o trovão e que provocaria incêndios onde ele bem entendesse, mas para que isto pudesse acontecer, seria necessário que Oya, falasse primeiro, para que o fogo de suas palavras (os raios) provocasse o surgimento do som das palavras de Shangô (o trovão), assim como o fogo que elas produzem sobre a terra (os incêndios provocados pelos raios que se projetam sobre a terra).

E por este motivo até hoje, não se pode ouvir o ribombar do trovão sem que antes, um raio ilumine o céu.
Este Ifá garante bom resultado naquilo que se pretende, por mais difícil que possa parecer principalmente se o Ebora que se apresentar para solucionar o problema, for Shangô ou Oya. 





2) Na antigüidade o Galo era um dos maiores Babalawo e sua fama corria longe.
O Rei de um povoado mandou convidá-lo, para lhe fazer uma consulta sobre a grande seca que assolava aquela terra.

Antes de partir, o Galo Consultou o seu Ifá, surgindo Okanran Meji, que exigiu um sacrifício de sete cacetes, sete acarajés, um preá, epo pupa, mel e velas.Oferecido o ebó, lá se foi o galo.
Quando chegou a porta da cidade, o porteiro lhe advertiu que não poderia entrar assim, sem fazer alguma declaração sobre sua procedência.

Ouvindo estas palavras, o Galo revoltou-se e tirando-se debaixo das asas os cacetinhos que trazia, fez uso deles, dando na cabeça do porteiro, provocando um grande derramamento de sangue. Indignado, o homem rogou-lhe pragas de uma forma tal, que em poucos minutos os astros se transformaram em tempestade. Roncou muita trovoada, foi um verdadeiro horror.
Debaixo da tempestade seguiu o galo, direto para a casa do Rei do lugar e lá chegando, o soberano lhe disse: “É grande é teu poder! Só a tua presença faz chover abundantemente!”.

Mandou seus servos dar-lhe alimentos e um poleiro no fundo da casa, com grandes admirações e louvores.
Para quem se aplica, este Itan prediz que a pessoa se acha diante de um grande perigo, que deverá enfrentar com muita coragem e disposição, para que saia vitoriosa.
Ebó: um ekú, sete cacetes de madeira, sete acarajés, epo pupa, mel, aguardente e sete moedas. Passa-se tudo no corpo do cliente, arruma-se em um alguidar, sacrifica-se o ekú em cima, entrega-se a Exú e despacha-se em uma estrada longa.
Mandaram Exú fazer um ebó, com o objetivo de obter fortuna rapidamente e de forma imprevista.

Depois de oferecer o sacrifício, Exú empreendeu viagem rumo a cidade de Ijelu.
Lá chegando, foi hospedar-se na casa de um morador qualquer da cidade, contrariando os costumes da época, que determinavam que qualquer estrangeiro recém chegado receberia acolhida no palácio real.

Alta madrugada, enquanto todos dormiam, Exú levantou-se sorrateiramente e ateou fogo às palhas que serviam de telhado à construção em que estava abrigado, depois do que, começou a gritar por socorro, produzindo enorme alarido, o que acordou todos os moradores da localidade.

Exú gritava e esbravejava, afirmando que o fogo, cuja origem desconhecia, havia consumido uma enorme fortuna, que trouxera embrulhada em seus pertences, que como muitos testemunharam, foram confiados ao dono da casa.
Na verdade, ao chegar, Exú entregou ao seu hospedeiro um grande fardo, dentro do qual, segundo declaração sua, havia um grande tesouro, fato este, que foi testemunhado por enumeras pessoas do local.

Rapidamente, a notícia chegou aos ouvidos do Rei que, segundo a lei do país deveria indenizar a vitima de todo o prejuízo ocasionado pelo sinistro.
Ao tomar conhecimento do grande valor da indenização e ciente de não possuir meios para saldá-la, o rei encontrou, como única solução, entregar seu trono e sua coroa a Exú, com a condição de poder continuar, com toda sua família, residindo no palácio.

Diante da proposta, Exú aceitou imediatamente, passando a ser deste então o rei de Ijelu.
Para quem se faz esta consulta, pode-se garantir a aquisição de fortuna ou melhora substancial de situação financeira, fim de dificuldades e estabilização. 


Fonte - Conhecimento Popular...



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